Após 14 rodadas, o Leão colossal emerge das sombras e respira fora da degola
Salvador, 06 de novembro de 2025 — O Vitória, esse velho sofredor de mil tragédias, voltou a provar que a camisa pesa mais do que o desespero. Diante do Internacional, o Leão rugiu, mordeu e, finalmente, venceu. Um a zero — placar mínimo, mas de um significado bíblico. Depois de 14 rodadas respirando o ar mofado da zona da morte, o Rubro-Negro acorda, enfim, com o coração em paz.
O Barradão, palco de tantas penitências, transformou-se em altar. O torcedor rubro-negro, esse devoto de amores trágicos, saiu do transe. O Vitória dominou o Internacional como quem expulsa um fantasma do quarto. Foi suor, foi fé e foi o gol de Lucas Halter, o zagueiro iluminado que trocou a contenção pela glória aos 23 minutos do segundo tempo.
O 1 a 0 teve gosto de salvação e cheiro de esperança. “Demos um passo de cada vez, mas cada passo é um abismo vencido”, diria o poeta louco.
O primeiro tempo foi uma procissão de erros, tropeços e suspiros contidos. Vitória e Internacional se enfrentaram como dois boxeadores cansados, trocando golpes no escuro. O Leão até começou melhor, com Halter cabeceando por cima e Renzo sendo derrubado na área — pênalti anulado por um impedimento que o diabo duvida.
Com mais posse, o Vitória rondava, mas não mordia. Faltava o pecado original do futebol: a coragem do chute certeiro. Do outro lado, o Inter era um espectro — só apareceu aos 38, num chute tímido de Alan Patrick. A torcida, impaciente, pedia alma; o time respondia com tentativa.
🔥 Segundo tempo — a epifania
A bola voltou e o Barradão acordou. O Vitória, empurrado pela urgência, virou leão de verdade. Erick quase fez um golaço — a bola chegou a furar a rede, como se o destino, impaciente, quisesse apressar o milagre. Aos 22, Vitão quase marcou contra, e no minuto seguinte o castigo veio: Lucas Halter, esse improvável herói, subiu como um santo em ascensão e cabeceou para o fundo do gol.
O grito foi de libertação. O Barradão tremeu, o Inter se perdeu, e o Vitória se encontrou.
Depois do gol, o jogo virou prece. O Internacional tentou reagir, mas quem parecia condenado era o próprio visitante. O Vitória defendeu-se com unhas, dentes e pulmões. E quando o juiz apitou o fim, o estádio exalava fé — daquelas que só o futebol é capaz de ressuscitar.
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🎙️ As vozes do campo
“Muito feliz pela vitória. Era uma final pra nós. Demos um passo fora do Z-4, mas o campeonato não acabou.”
— Lucas Halter, herói da noite
“Não sei o que está acontecendo. Perdemos por imaturidade. Só a vitória interessa.”
— Vitão, zagueiro do Inter, em tom de penitência
FALA JAIR
🎥 Destaque do YouTube Shorts
📊 O jogo em números
Posse de bola: Vitória 49% x 51% Internacional
Finalizações: Vitória 10 x 9 Inter
Escanteios: 4 x 4
Faltas: 12 (VIT) x 21 (INT)
Cartões amarelos: 4 para cada lado
Herói: Lucas Halter ⚽
Público: o suficiente para fazer o Barradão parecer um coração em chamas 🔥
O futebol é o ópio da esperança. O Vitória, em sua eterna via-crúcis, voltou a provar que só o sofrimento educa. Cada rodada é uma tragédia grega, cada gol uma absolvição. Hoje, o Leão não ganhou apenas três pontos — ganhou o direito de continuar acreditando.
E quem viu o Barradão em êxtase sabe: não há Z-4 que resista a um time que volta a ter alma. 🦁❤️🖤
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