O clube, sempre ele, sempre este monumento de paixão e angústia, já trabalha de olho no futuro. Porque no Vitória não existe descanso: há apenas a respiração entre uma batalha e outra. E o presidente Fábio Mota, em tom quase profético, revelou o cronograma da reapresentação — como se dividisse as tribos de um povo à beira de mais um ano épico.
A infância do time: os meninos
Primeiro, no dia 26 de dezembro, chegam os meninos — os sub-20, os garotos da base, as promessas que carregam no peito o rubro-negro como quem carrega o próprio nome. Serão eles os primeiros a tocar o gramado, os primeiros a ouvir o vento do Barradão, os primeiros a experimentar o gosto prematuro do Baianão que começa em 11 de janeiro.
E quem os comandará é Rodrigo Chagas, o fiel escudeiro, o auxiliar técnico que conhece o Vitória como se fosse uma extensão de seu próprio corpo. No estadual, será ele o pastor dessa juventude rubro-negra.
O dirigente explicou, em tom de testamento:
O retorno dos veteranos: a tropa principal
Enquanto isso, os guerreiros da batalha maior, os titulares que carregam nas costas os dramas mais profundos, voltarão ao Barradão apenas no dia 3 de janeiro.
Eles não voltam para brincar. Voltam para o Brasileirão. Voltam para o calvário glorioso que é disputar a elite. Voltam para lutar por uma permanência que a torcida transforma sempre em algo maior, quase religioso.
“Nosso principal objetivo é o Campeonato Brasileiro”, repetiu Fábio Mota como quem declara uma doutrina. E disse mais: o Vitória já tem vaga garantida na quinta fase da Copa do Brasil — luxo de quem sobrevive na elite pelo terceiro ano consecutivo.
Reapresentações oficiais:
- 26 de dezembro de 2025 — atletas do sub-20 e base, focados no Baianão;
- 3 de janeiro de 2026 — elenco principal retorna para o Brasileirão.
A torcida: a alma que empurra tudo
Mas nenhuma data, nenhum plano, nenhum calendário se iguala àquilo que só a torcida rubro-negra oferece. Ah, a torcida do Vitória! Essa massa sofrida, iluminada e delirante que arrasta o time como uma entidade mística.
Foi ela quem segurou o clube de pé em 2025. Foi ela quem transformou o Barradão num templo de gritos, rezas, xingamentos, lágrimas, esperanças. Foi ela quem empurrou Jair Ventura — esse treinador que chegou como um sobrevivente e virou quase um messias — rumo à permanência.
E em 2026, quando o sol de janeiro tocar o gramado e o hino ecoar, será ela, como sempre, a escrever as primeiras linhas do novo capítulo — um capítulo que promete ser dos mais dramáticos, dos mais poéticos, dos mais rubro-negros da história recente.
Porque o Vitória não é apenas um clube. O Vitória é uma peça de teatro eterno. Uma obra do poeta louco interpretada por onze homens e dezenas de milhares de almas.


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