O RENASCIMENTO DO LEÃO: JAIR VENTURA TRANSFORMA O VITÓRIA EM UM MILAGRE À BEIRA DO ABISMO

Em apenas um mês, o técnico devolveu ao Barradão o que há muito parecia perdido — a fé. Neste sábado, diante do Corinthians, o Vitória pode deixar o purgatório da zona da degola.

Entre a glória e o abismo, o Vitória prepara seu templo para mais uma final. Sábado, o Barradão deixará de ser apenas estádio — será palco de fé, suor e destino.

Salvador, 24 de outubro de 2025 — Há um mês, o Vitória era uma alma penada na Série A. Hoje, sob o comando de Jair Ventura, o Leão voltou a rugir — não como quem se ilude, mas como quem desafia o destino. O confronto com o Corinthians, neste sábado (25), no Barradão, pode marcar a saída do clube da zona de rebaixamento após doze rodadas de suplício.

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Em Salvador, até o vento anda desconfiado. Há trinta dias, o Vitória vivia um pesadelo digno de tragédia grega: derrotas em série, vestiário em silêncio e a torcida — essa espécie de seita de corações teimosos — rezando por um milagre. Foi quando surgiu Jair Ventura, o quarto técnico do ano, trazendo na bagagem o mais raro dos dons no futebol: a crença.

“Eu acredito. Por isso eu vim.” — disse ele, com a firmeza de quem fala com Deus e com o diabo ao mesmo tempo.

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E o impossível começou a se desenhar. Cinco jogos depois, o Vitória não apenas respira, mas inspira. Quebrou o tabu contra o Santos, venceu o Bahia com alma, e hoje exibe um aproveitamento de 60%, o maior entre todos os técnicos que tentaram domar o Leão neste Brasileiro.

📊 Os números são evangelhos da bola:

Thiago Carpini: 31%

Fábio Carille: 30%

Rodrigo Chagas: 33%

Jair Ventura: 60%

O time, antes um corpo em decomposição tática, agora tem identidade. Jair Ventura ergueu uma muralha de três zagueiros, dois alas que se multiplicam, e um meio-campo que parece ter reencontrado o prazer da luta. O esquema é pragmático, quase cruel, mas funciona. O Vitória virou um time de contra-ataques cortantes e bolas paradas venenosas.

💥 O onze ideal:

Lucas Arcanjo; Raúl Cáceres, Lucas Halter, Camutanga, Zé Marcos e Ramon; Ronald, Baralhas; Erick, Cantalapiedra e Renato Kayzer.

(Mas atenção: Matheuzinho, herói silencioso da Vila Belmiro, espreita a titularidade como um fantasma que não aceita o exílio.)

Neste sábado, o Colosso do Barradão não será apenas estádio — será altar. Vitória e Corinthians medem forças em um duelo de esperanças e remorsos. Para os rubro-negros, a matemática é simples e cruel: vencer e torcer por tropeço de Santos ou Atlético-MG. Uma vitória pode romper as correntes da zona da morte, onde o Leão habita há 12 rodadas.

📉 A tabela da fé:

15º - Atlético-MG: 33 pts

16º - Santos: 31 pts

17º - Vitória: 31 pts

18º - Juventude: 26 pts

19º - Fortaleza: 24 pts

20º - Sport: 17 pts

“Temos nove batalhas até o fim”, repete Jair Ventura, como quem conta os dias para o juízo final. Cruzeiro, Inter, Botafogo, Palmeiras, São Paulo… O caminho é um rosário de espinhos, mas o treinador mantém o olhar sereno. Afinal, como dizia o poeta louco, “sem paixão não se chupa nem um Chicabon.”

❤️🖤O Vitória é hoje o retrato da esperança — essa velha prostituta do futebol que insiste em se pintar de vermelho e preto. Jair Ventura devolveu ao torcedor a crença de que o impossível, às vezes, veste camisa 10 e joga no Barradão.

Sábado, quando a bola rolar, não será apenas um jogo. Será a luta de um clube contra o destino, de um treinador contra o ceticismo, e de uma torcida contra o esquecimento.

O Barradão vai ferver, o Leão vai rugir, e talvez — só talvez — o futebol nos conceda mais uma das suas pequenas eternidades. 🦁⚽🔥