Jair Ventura tem problema na zaga para quarta-feira
Por F. M. Ravenscroft — Salvador
Na manhã desta terça-feira, o Vitória encerrou sua preparação para enfrentar o Bragantino, e o Barradão assistiu — como uma plateia trêmula — ao último ato antes de uma batalha que pode decidir destinos, consagrar heróis e expor fragilidades humanas.
Foram três dias de trabalho intenso, em que Jair Ventura, como um diretor de tragédias gregas, ajustou cada movimento, cada bola parada, cada confronto em espaço reduzido. Havia, no ar, uma atmosfera que só o futebol proporciona: a mistura indecente de medo, esperança e aquela fé torta que só o torcedor rubro-negro conhece.
Mas o destino, sempre melodramático, pregou sua peça amarga. Edu, o zagueiro de aço, sentiu um golpe traiçoeiro na coxa direita e foi vetado. A tragédia não se faz esperar: o herói cai, mas outro precisa erguer-se. A tendência é que Zé Marcos assuma o posto — e o faça com a alma inflamada de quem carrega não apenas a camisa, mas o peso de uma nação.
Outra alternativa é Neris, sempre à espreita, sempre pronto para vestir a couraça rubro-negra. E assim, entre dramas e suspiros, surge o provável onze que irá a campo:
Thiago Couto; Lucas Halter, Camutanga e Zé Marcos; Raúl Cáceres, Baralhas, Willian Oliveira e Ramon; Aitor Cantalapiedra, Erick e Renato Kayzer.
Nesta quarta-feira, às 19h, no Estádio Cícero de Souza Marques, em Bragança Paulista, o Vitória disputará muito mais que um jogo atrasado da 34ª rodada: disputará sua própria permanência na Série A. E, se vencer, poderá garantir não apenas pontos, mas a redenção antecipada.
Porque o Vitória, meus senhores, não joga sozinho — joga com a fé visceral de uma torcida que desafia a lógica, que canta mesmo no abismo, que renasce na tempestade. A Nação Rubro-Negra não assiste ao jogo: ela o empurra. Ela o escreve.


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