Vitória e Botafogo fazem placar OXO e empatam pelo Brasileiro

Botafogo é melhor no primeiro tempo, mas não converte; jogo picotado no segundo tempo termina sem gols no Barradão

Salvador, 09 de novembro de 2025 — O Barradão, que já foi palco de epopéias e desgraças, amanheceu neste domingo com cheiro de redenção. Mas ao cair da tarde, o que se viu foi um duelo de almas cansadas. Vitória e Botafogo empataram em 0 a 0 pela 33ª rodada do Brasileirão — um empate que não redime, não consola, e tampouco perdoa. Foi o tipo de jogo que o poeta louco chamaria de “tragédia sem cadáver”.

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⚔️ O PRIMEIRO ATO: O DOMÍNIO INÚTIL DO GLORIOSO

O Botafogo, embalado por quatro jogos sem derrota, entrou em campo com a empáfia dos que se julgam donos do destino. E, de fato, dominou o primeiro tempo — mas com a elegância de um poeta gago. Barboza, gigante em estatura, desperdiçou logo a primeira chance, como quem recita um verso e engasga.

Os cariocas rodavam a bola, finalizavam, ameaçavam... mas o gol, esse pecado original do futebol, lhes foi negado.

No contragolpe, o Vitória respondia timidamente. Renzo López teve a glória nas chuteiras e a jogou fora com uma cavadinha melancólica, que morreu nas nuvens da arquibancada. ⚽

E, no apagar das luzes do primeiro ato, Barboza — o mesmo Barboza, ator trágico da noite — subiu como um messias e cabeceou na trave de Thiago Couto. O som metálico ecoou como uma gargalhada do destino.

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🔥 SEGUNDO TEMPO: A JORNADA INÚTIL DOS HOMENS

O segundo tempo começou picotado, arrastado, sonolento. O jogo virou uma procissão de faltas, cartões e simulações. Anderson Daronco, o juiz de músculos e autoridade, apitava como quem tenta ressuscitar um cadáver.

Joaquín Correa simulou uma queda e ganhou o amarelo; Ramon respondeu com outra falta e também foi punido. O futebol se dissolvia como um drama de família em véspera de Natal. 😔

Jair Ventura mexeu. Entraram Ricardo Ryller e Kike Saverio, saíram Ronald e Erick — mas o destino do jogo já estava selado. Nenhuma substituição muda o enredo quando o autor é o tédio.

Neris ainda tentou um cabeceio aos 22 minutos, que passou longe, e Joaquín Correa arriscou um chute que lembrou mais um desabafo do que uma finalização. O relógio avançava, e o empate se anunciava como uma sentença inevitável.

🕯️ EPÍLOGO: APLAUSOS NO BARRADÃO

O apito final veio aos 51 minutos. Vitória e Botafogo, ambos ainda vivos, mas com a alma em suspenso, deixaram o campo como quem sai de um velório sem lágrimas.

O Barradão, acostumado a gritos e bandeiras, ficou apenas os aplausos. O 0 a 0 não tem heróis nem vilões — é apenas o retrato fiel do futebol brasileiro, onde às vezes a tragédia se disfarça de mediocridade.

📊 DADOS DO JOGO

🏟️ Estádio: Barradão — Salvador (BA)

⏰ Rodada: 33ª do Campeonato Brasileiro Série A

⚖️ Árbitro: Anderson Daronco (RS)

👥 Assistentes: Jorge Eduardo Bernardi (RS)

e Mauricio Coelho Silva Penna (RS)

🎥 VAR: Pablo Ramon Gonçalves Pinheiro (RN)

Vitória (Jair Ventura)

Thiago Couto; Erick (Kike Saverio), Neris, Lucas Halter, Zé Marcos e Ramon; Willian Oliveira, Ronald (Ricardo Ryller); Matheuzinho, Aitor Cantalapiedra e Renzo López.

Botafogo (Davide Ancelotti)

Léo Linck; Vitinho, David Ricardo, Barboza e Alex Telles; Marlon Freitas, Danilo e Santi Rodríguez; Savarino, Joaquín Correa e Arthur Cabral.

📉 Cartões:

🟨 Joaquín Correa (simulação)

🟨 Ramon (falta dura)

📈 Melhores momentos:

4’2T – Santi Rodríguez chuta forte, Couto defende.

6’2T – Correa arrisca, para fora.

22’2T – Neris cabeceia, e a bola voa sobre o gol.

No teatro do Barradão, ninguém morreu, mas todos saíram feridos. O Vitória segue sua luta contra a degola; o Botafogo, contra o próprio destino.

O poeta louco diria que o futebol é o espelho da alma brasileira: bonito, trágico, inconsolável. E nesse espelho, neste domingo, o reflexo foi o mais cruel dos retratos — o do empate sem redenção. ⚫🟥