Léo Condé de volta à Toca do Leão, entre glórias e mágoas

No Barradão onde foi herói, o treinador retorna como visitante com o Ceará; Vitória, no Z-4, vive o drama de um time que precisa se salvar

Salvador, 01 de outubro de 2025 — O futebol, como já dizia a vida, não dá voltas — ele capota. E quinta-feira, no Barradão, palco de sofrimentos e êxtases, o destino marcará um reencontro: Léo Condé, o técnico que deu ao Vitória seu primeiro título nacional e a maior sequência invicta no santuário rubro-negro, volta agora como adversário, vestido de Ceará, contra o clube que um dia o aplaudiu e depois o crucificou. ⚽🔥

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"É especial estar voltando, foi um clube onde escrevi história", disse Condé, com aquela serenidade de quem sabe que um estádio pode ser altar ou cadafalso. "Hoje defendo o Ceará, e quero deixar minha torcida feliz."

🦁 Do céu ao inferno rubro-negro

Condé saiu pela porta dos fundos em maio de 2024, depois de um início vacilante na Série A. Agora, retorna ao mesmo gramado que foi seu jardim de vitórias: foram 37 jogos no Barradão, 24 vitórias, 8 empates, 5 derrotas — 72% de aproveitamento. Ali, ele construiu uma muralha: 23 partidas invicto, a segunda maior sequência da história do estádio.

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No Barradão, ele levantou a taça da Série B de 2023, o primeiro título nacional do clube. Depois, celebrou também o Campeonato Baiano de 2024, quebrando um jejum que vinha desde 2017. Foram tardes e noites de apoteose: viradas contra o Bahia, gritos ensurdecedores, a certeza de que o Vitória havia encontrado seu guia.

Mas como toda epopeia no futebol brasileiro, o herói virou vilão. A paciência se foi, a demissão veio, e o Vitória, hoje, cambaleia no 18º lugar da tabela, na UTI do Brasileirão.

📊 Os números da era Condé no Vitória

🏆 Campeão da Série B (primeiro título nacional do clube)

🏆 Campeão Baiano (2024, fim de 7 anos de jejum)

🦁 23 jogos invicto no Barradão (2ª maior série da história)

📊 73 jogos: 36 vitórias, 15 empates, 22 derrotas — 56% de aproveitamento

⚖️ O tribunal do Barradão

Na quinta, Jair Ventura estreia em casa, no mesmo palco que já foi de Condé. O torcedor rubro-negro não verá apenas um jogo. Verá um julgamento público: de um lado, o ex-herói, que agora veste outra camisa; do outro, um Vitória moribundo, implorando por pontos e por redenção.

O Barradão será arquibancada de acusação e altar de memória. O Leão precisa da vitória como quem precisa de ar. O Ceará joga tranquilo, no meio da tabela. Condé volta para reencontrar amigos — mas sabe que também reencontrará fantasmas.

E o torcedor, que é sempre juiz e carrasco, decidirá se vai aplaudir a lembrança de glórias ou cobrar a miséria do presente.

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