Jair Ventura ressuscita o Vitória no Barradão: “Nos coloca na briga novamente”

O Leão ruge, sangra e respira. Vitória vence o Ceará por 1 a 0 e volta a acreditar na sobrevivência no Brasileirão.

Salvador, 03 de outubro de 2025 — O futebol, às vezes, é uma peça de teatro escrita no desespero. E o Vitória, que caminhava como um condenado à forca, arrancou da cartola uma vitória redentora. Na noite desta quinta-feira (02), no Barradão, o Rubro-Negro bateu o Ceará por 1 a 0, pela 26ª rodada do Brasileirão, e voltou a ter direito ao suspiro.

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⚽ O herói foi Zé Marcos, zagueiro, improvável artilheiro, que fez da bola parada um milagre. O gol não foi apenas um detalhe: foi um grito de sobrevivência, um sinal de que o Leão ainda tem garras para escapar da degola.

🎙️ O verbo de Jair Ventura

Na coletiva, Jair Ventura não filosofou: dramatizou.

— “Hoje era muito importante a vitória, nos coloca na briga novamente”, disse o técnico, com voz de quem sabe que no futebol o amanhã pode não existir.

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Ele manteve a escalação da derrota contra o Grêmio, apostou no trio defensivo — Lucas Halter, Camutanga e Zé Marcos — e, dessa vez, a bola que antes entrava como uma sentença, ficou do lado do Vitória.

— “Esse jogo era uma final, e final não se joga, final se ganha”, resumiu, como se citasse uma tragédia grega diante do microfone.

📊 O drama da tabela

O Vitória ainda não saiu do Z-4. Está em 17º lugar, com 25 pontos. Mas, no futebol, o abismo também é cenário para milagres. A vitória contra o Ceará não é um fim, é uma sobrevida. A luta continua e, no domingo, o Leão encara o Vasco, em São Januário.

🔴⚫ O Barradão como palco da paixão

No Barradão, não houve apenas 90 minutos de futebol. Houve julgamento. A torcida foi júri, carrasco e salvação. Empurrou o time como se o estádio fosse tribunal e a sentença dependesse de cada grito.

O gol de Zé Marcos foi o estalo, o sopro, a confissão: o Vitória não está morto.

E, como escreveu o poeta louco, “no futebol, a única lógica é a surpresa”. O Rubro-Negro, condenado pela matemática, absolvido pela emoção, segue vivo.