Na Ilha do Retiro, o Sport joga pela honra; o Vitória, pela vida.
Há partidas que não são apenas partidas. São peças de teatro em que o destino, esse dramaturgo perverso, escreve com pena banhada em lágrimas. Pois neste domingo, às 18h30, na Ilha do Retiro — esse templo que já viu mais almas sucumbirem do que a própria tragédia grega — Sport e Vitória se encaram pela 35ª rodada do Brasileirão.
O duelo terá transmissão no Premiere, e o ge acompanha lance a lance, para quem não quiser perder nenhum capítulo deste drama.
O Sport entra em campo com aquela expressão de mártir já resignado. O rebaixamento não é apenas matemático: é moral, espiritual, quase bíblico. A lanterna, agora propriedade definitiva do Leão pernambucano, brilha como uma ironia cruel.
E para completar, há um fantasma que assombra o rubro-negro da Ilha: seis longos anos sem vencer o Vitória. Seis! Uma eternidade digna de novela radiofônica. Foram seis derrotas, seis empates — uma dúzia de tropeços — como se o destino tivesse armado uma emboscada eterna contra o Sport quando o adversário veste vermelho e preto Colossal.
Ainda assim, o time de César Lucena insiste em falar em “dignidade”. E dignidade, no futebol, é a última camisa que se veste antes do fim.
O time provável do Sport
Caíque França; Matheus Alexandre, Ramon Menezes, Rafael Thyere e Luan Cândido; Rivera, Lucas Kal (ou Sérgio Oliveira) e Lucas Lima; Matheusinho, Pablo e Léo Pereira.
Fora de combate: Derik (indisciplina), Gabriel Vasconcelos e Igor Cariús (suspensos), Pedro Augusto (lesão), Zé Lucas (Seleção sub-17), Hereda (recuperação).
Pendurados: Caíque França, Thyere, Kevyson, Hyoran, Barletta, Sérgio Oliveira, Derik e Matheus Alexandre.
E eis que surge o Vitória, esse personagem trágico e heroico do futebol brasileiro. Um time que, mesmo ferido, se recusa a morrer. Vem de três jogos sem derrota e ainda teve o desplante — vejam bem! — de arrancar um ponto do Palmeiras dentro do Allianz Parque.
Isso não é futebol; é poesia. É a ousadia do pobre em jantar com o rei e fazê-lo engasgar.
O Vitória está na 17ª posição, com 36 pontos, e joga como quem busca a tábua de salvação em mar revolto. Se vencer, empurra o abismo para o Santos, que só entra em campo na segunda-feira.
O drama não seria completo sem a novela da semana: o goleiro Thiago Couto, emprestado pelo Sport, só poderia jogar mediante multa. E o Vitória, com coragem de gladiador, pagou. Porque goleiro não é jogador — é guardião do destino.
O time provável do Vitória
Thiago Couto (ou Yuri Sena); Camutanga, Lucas Halter e Edu; Raúl Cáceres, Baralhas, Ronald Lopes (ou Dudu) e Ramon; Aitor Cantalapiedra, Erick e Renzo López.
Pendurados: Carlinhos, Claudinho, Ramon, Edu e Cantalapiedra.
Desfalques: Willian Oliveira (suspenso), Alexandre Fintelman, Lucas Arcanjo, Jamerson e Rúben Ismael.
📺 Premiere
▶️ Tempo real no ge
Yuri Elino Ferreira da Cruz (RJ); Luiz Claudio Regazone (RJ); Anne Kesy Gomes de Sá (AM); Afro Rocha de Carvalho Filho (PB); VAR: Emerson de Almeida Ferreira (MG).
O duelo entre a queda e a esperança
Na Ilha do Retiro, este domingo não é apenas domingo. É capítulo. É clímax. É tragédia para uns, redenção para outros.
O Sport entra para salvar a honra. O Vitória, para salvar a vida.
Se o futebol tem alma — e eu juro que tem — hoje ela estará vestida de rubro-negro baiano, pulsando, vibrando, lutando contra a própria sombra. Pronta para escrever mais um daqueles finais que o poeta louco chamaria de “epopeia de subúrbio”.
Avante, Vitória. O drama é grande, mas maior ainda é o Leão da Barra. 🦁🔥




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