A CHUVA, O DESTINO E O LEÃO: O VITÓRIA ADIA O TREINO, MAS NÃO ADIA A FÉ

Sob o dilúvio de Salvador, o Barradão amanheceu encharcado de mistério. A comissão técnica interrompeu o treino, mas a esperança rubro-negra segue em marcha para o duelo contra o Corinthians.

Salvador, 22 de outubro de 2025 — O céu de Salvador abriu suas comportas como se chorasse pelos pecados do mundo — e o Vitória, fiel ao seu destino dramático, teve de mudar seus planos antes de enfrentar o Corinthians.

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Era manhã no CT Manoel Pontes Tanajura. A cidade ainda dormia, mas a tempestade já fazia sua missa negra. As gotas caíam como pequenas confissões, batendo no escudo do Leão, enquanto Jair Ventura e sua comissão olhavam para o campo como quem observa um palco interditado pelos deuses.

Os goleiros — Davi, Yuri, Thiago Couto e Lucas Arcanjo — foram os únicos que desafiaram o temporal. Debaixo da água, entre relâmpagos e gritos do vento, realizaram o que o louco poeta chamaria de “treino de penitência”. Lá estavam, sozinhos, lavando as culpas de derrotas passadas, preparando as mãos para os pecados do sábado.

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Os demais atletas, confinados na academia, cumpriram o destino dos guerreiros em espera. Juninho Nogueira, o preparador físico, virou uma espécie de sacerdote do suor. Sob seu comando — e dos assistentes Diego Almeida e Robert Damasceno — o elenco ergueu pesos, dobrou músculos e rezou, sem palavras, por um sol que teima em não nascer.

O Climatempo anuncia que o sol voltará na quinta, e Jair Ventura já prometeu devolver a bola ao campo. Na sexta, virá o treino apronto — a última confissão antes da batalha.

Vitória e Corinthians se enfrentam neste sábado (25), às 16h, no Barradão. O jogo vale pela 30ª rodada do Campeonato Brasileiro, mas para o torcedor rubro-negro vale muito mais: é a chance de provar que, mesmo sob a tempestade, o Leão nunca deixa de rugir.

“A chuva é o ensaio do drama. Quando o sol voltar, o Barradão será palco de um espetáculo que nem o destino ousará interromper.”