O Ressuscitado da Toca: Willian Oliveira sai do limbo e vira titular do Vitória

Volante renasce na hora da verdade e recebe elogios de Jair Ventura: “Estava no fim da fila”

Salvador, 15 de novembro de 2025 — Alguns jogadores somem como personagens de romance. Desaparecem, viram sombras, espectros na prateleira do banco de reservas. E, de repente, por uma dessas reviravoltas típicas do futebol — esse teatro de milagres e desgraças — ressurgem. Willian Oliveira, o volante mineiro, é um desses. De esquecido, virou titular. De figurante, passou a protagonista. ⚽🔥

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Depois de cinco jogos entregue ao anonimato, Willian Oliveira ressurgiu nos cinco seguintes — quatro deles como titular — e ganhou o reconhecimento de Jair Ventura, que confessou: “Ele estava no fim da fila.”

O Vitória, como sempre, vive sua novela moral e esportiva. Desde 2024, Willian Oliveira atravessa fases de glória e trevas, como um personagem shakespeariano perdido no Barradão. São 86 jogos, e cada um deles parece carregar uma sentença: ora o aplauso, ora a guilhotina pública.

E o momento recente retrata esta montanha-russa emocional: cinco partidas sem sequer amarrar a chuteira em campo; cinco reaparições consecutivas, destas quatro como titular. Um morto-vivo que voltou a respirar.

🎙️ “Estava no fim da fila”, admite Jair Ventura

Quando Jair Ventura desembarcou na Toca, encontrou Willian no exílio do elenco. Era o reserva do reserva, um mero nome na súmula. O jogador passou pela penitência contra Grêmio, Ceará, Vasco e Bahia, e só recebeu o indulto no segundo tempo do jogo contra o Santos, no dia 20 de outubro.

E ali, naquele instante mínimo, quase clandestino, começou a sua ressurreição.

Jair Ventura não disfarçou:

“Ele agarrou a oportunidade dele. Ganhamos mais um jogador.”

E completou — com o lirismo sincero dos técnicos que ainda acreditam no impossível:

“Estava no fim da fila, mas os treinos falaram por ele. Entrou na Vila num momento difícil, jogou bem, e continuou jogando bem. Fez gol contra o Cruzeiro, nos ajuda demais.”

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👁️ O mineirinho que comeu pelas beiradas

Jair Ventura foi mais longe. Definiu o volante com um daqueles ditos populares que poderiam ter saído da pena do próprio poeta louco:

“O mineirinho comeu pelas beiradas. Comeu quieto. Chegou devagar, mas chegou.”

No elenco, Willian virou espécie de farol. Não apenas por jogar, mas por falar — algo raro na equipe, segundo o treinador.

Era o homem ignorado, o que às vezes nem entrava na relação, e agora surge como liderança numa fase em que muitos se encolhem.

O treinador celebra:

“Recuperamos um atleta que poderia estar fora dos planos para 2025.”

O volante que já foi de ferro e virou de vidro

Em 2024, Willian esteve em 54 dos 61 jogos — um recorde digno de um operário incansável: 88,5% de presença.

Em 2025, caiu para 51% (32 partidas em 62 compromissos).

A matemática denuncia a instabilidade:

três trocas de treinador,
lesões inoportunas,
concorrência pesada com Baralhas e Ronald.

Nem o poeta louco imaginaria tanto melodrama para um só jogador.

⚔️ O homem que não desiste

Com o contrato se encerrando no fim desta temporada, Willian pode estar a cinco jogos de dizer adeus ao clube que mais defendeu na carreira.

Mas se despedirá lutando — como sempre foi o estilo do volante, e como é o destino do Vitória, que nunca faz nada pela metade.

E a batalha final começa diante do Palmeiras, na próxima quarta-feira, às 19h30, no Allianz Parque — um palco onde santos e demônios resolverão os rumos do Leão. 🟥⬛🦁